domingo, 30 de dezembro de 2012

Penúltimo dia do ano. Ainda não decorei as regras do novo acordo ortográfico. Não casei (oh, minhas tias beatas de São José do tralalá reavaliam minha opção sexual. Será que ela é?). Amanhã será o dia das perguntas fatídicas de fim de ano: "E o namorado (será que ela é?)? Não vai casar, minha filha, você já tem mais de trinta... Você está mais loira que no último ano (essa aí só deve aprontar, coitados dois pais). Você não se preocupa? VOCÊ NÃO?????"

Não.

 
 
Treinei anos a fio para dizer essa palavra tão deliciosa quanto o sim ao doce de leite com queijo minas.

Não. Não te interessa, Desculpe-me, mas isso Não diz respeito a você. Não. NÃO.

Agora todos os Sins serão sinceros, verdadeiros e nada polidos por costumes sociais impregnados de mal viver.

Sim.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Oi, você é ser humano, como eu e como o mendigo da esquina da Av. São João com Ipiranga. Sim. Você, com doutorado em Oxford vai sofrer. Vai perder. Não será amado por todos. E será desacreditado por outros tantos. Oi, ser. Será que posso te chamar de humano? Tem sangue aí? Tenho que, infelizmente, te dizer que aquelas viagens todas foram em vão. Você não se tornou melhor que seu vizinho. A sua filantropia de fim de domingo, sua oração de quinta de manhã, às pressas, antes do café engolido à seca para chegar a tempo no seu excelentíssimo trabalho não te faz melhor que seu empregado medíocre. Você vai morrer, ou irão morrer pessoas queridas antes. Sim. Você precisa ser humano. Sei que dói. Sei que é desumano ser chamado assim, de humano. Mas papai e mamãe nem sempre estarão aí pra te fazer acreditar que seu reinado é real. Não há reis. Nem princesas. Mas há amor. Humano, infelizmente. Conhece?

Lais Mouriê